segunda-feira, 26 de maio de 2014

Agricultura: O conceito de Espaço Rural, o MP Capitalista e a Agricultura Familiar

A agricultura é a cultura de cultivo da terra. Esta temática envolve a terra, a técnica, o sistema e a família. A agricultura se desenvolve num espaço geográfico e este é fragmentado. Aqui, podemos pensar num espaço urbano e no rural - neste último acontece a agricultura - sendo necessário compreendê-los. O espaço urbano corresponde a urbis (cidade) e esta é o local das ações administrativas e políticas. Depende muito do que acontece no espaço rural. Mas, qual é o motivo dessa dependência? Para tanto precisamos definir o que é rural e espaço rural.
O Rural se define, antes de tudo, por sua população ocupando e transformando um espaço, que se torna rural por usos diversos que não são unicamente agrícolas (TEIXEIRA in SANTOS). Já Espaço Rural, portanto, é uma construção social, a partir das relações dos homens entre si e com a natureza, relações essas, que não se restringem simplesmente à visão de espaço rural como um apêndice das atividades agrícolas, e sim como uma construção social que vai além dessas atividades (SANTOS, 2007) Sendo assim, o espaço rural acaba por ser um suporte para o espaço urbano com a inserção da construção social somada a aplicação de técnicas rudimentares ou avançadas para obtenção do sustento e apoio as atividades ligadas ao ramo alimentício, têxtil e outros. E este contexto está inserido numa ótica capitalista.
O Modo de Produção Capitalista ascendeu e parecia num dado momento que ia sucumbir por conta principalmente da crise de 1929. O modo de Produção Socialista começara a fazer frente ao mesmo e ganhar mais adeptos e espaço. No entanto, com o passar dos tempos, o sistema capitalista se remontou e soube adaptar-se às mudanças ocorridas no planeta e a agricultura se remodelou na ótica da Revolução Verde (emprego das mais variadas técnicas no campo) que ampliou o capital e passou a estabelecer uma divisão do trabalho rural cada vez mais desigual. Sob este viés, emerge as lutas no campo, bandeiras como a reforma agrária, a agroindústria, o campesinato, o latifundiário, os sem-terras, o agricultor familiar. E como fica este último sob o viés capitalista?
Com o advento da ruralização da economia, as fronteiras cidade-campo se encurtaram e em alguns casos fica difícil dizer que ali é rural ou urbano. Em meio a isso, as agroindustrias se difundem tirando o espaço de produção agrícola dos agricultores familiares pois, a competição ali travada permite mais vantagens e força àqueles que concentram terras e capital em suas mãos: o grande latifundiário e/ou agroindustriário. A agricultura familiar emprega mais gente e produz para sustento da família (subsistência) e se possível da cidade e região próxima. Com a expansão da agroindústria, os agricultores familiares se dispersam, despovoam o campo, inchando as cidades e a depender prolifera a violência e outras mazelas sociais.

Referência:

SANTOS, José Antônio Lobo dos. Implicações do PRONAF na produção do espaço rural do município de Feira de Santana-BA (1999/2006). Salvador, 2007.

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