O Sistema Único de
Saúde (SUS) vem passando por diversos impactos que dificultam o andamento de
toda a política de saúde desde o sanitarismo campanhista (início do século até
1965) para o modelo médico-assistencial privatista. O SUS tem a principal
função de distribuir e organizar de forma plena as ações e serviços de saúde de
forma instituída.
E para isso ocorreu a 8ª
Conferência Nacional de Saúde teve como incremento imediato dois processos significativos:
a implantação do SUS e a elaboração da nova Constituição Federal a de 1988. Pronto, estava criado constitucionalmente o SUS que veio a ser regulamentado pelas Leis
8.080 de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990 que dispõem
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS.
Desde então o Sistema Único de Saúde é ou
seria um sistema perfeito se funcionasse como está descrito: um sistema
humanizado, eficaz, eficiente e efetivo. No entanto, a realidade é totalmente
diferente, o sistema atual fere todos os objetivos do SUS que tem por lema a defesa da universalização, integralidade e eqüidade contidos em sua legislação.
O
que se observa na saúde atual são hospitais lotados, campanhas emergenciais por
decorrências de epidemias, falta de profissionais, de medicação, falta de
estrutura nas unidades de saúde, pacientes aguardando em uma longa espera por
exames, cirurgias e tratamento de altos custos, “guerra” entre as esferas
governamentais (estado x município) onde ficam ao cargo dos municípios o
atendimento básico: UBS (Unidades Básicas de Saúde), policlínicas – geralmente
os locais primeiros de atendimento ao cidadão - e ao estado o atendimento complexo: Hospitais
médios e de referências em diversas especialidades médicas. Aí, exige-se uma
burocracia onde o paciente precisa ainda assim depois de atendimentos, passar
por clínicos médicos onde poderia somente dar continuidade ao atendimento sem
exigência de qualquer passagem do paciente a uma nova consulta que neste caso
será sem necessidade. Outra e mais uma causa apontada como agravante para o bom
andamento do SUS são os famosos “desvios de verbas” e superfaturamento na
aquisição de equipamentos, profissionais e outros afins. Essa situação vai
contra os resultados e perspectivas da reforma do sistema de saúde
brasileiro que se esperam. É sempre necessário e oportuno no momento atual, em que se
apresenta uma proposta de mudança na estratégia de descentralização e
regionalização dos serviços como se apresenta de fato na Constituição Federal.
Apesar
da diversidade e abrangência das propostas do SUS a falta de acesso aos
serviços de saúde pela população é um problema que existe antes da criação do
sistema, e que percorrem toda a história da saúde no Brasil e se instalou no
sistema até os dias de hoje.
Logo e contudo,
para que esse cenário atual do sistema de saúde mude e que seja capaz de dar
respostas adequadas aos problemas de saúde da população ou que de fato comece a
funcionar, é necessário que haja uma regionalização no âmbito federal, estadual
e municipal de todo sistema, é necessário um governo atuante e comprometido com
as questões da saúde, é necessário também profissionais capacitados, melhor
remunerados e consciente dos seus direitos e deveres e por fim mais que tudo:
que a participação da população junto ao sistema de saúde aconteça de forma que
exerçam sua cidadania reconhecendo seus direitos e deveres, sejam como usuário
dos serviços de saúde e na gestão do SUS em busca de um sistema de saúde
efetivo e de qualidade.
*Este texto é fruto da total contribuição de Lidiane Machado, formada em serviço social e pós-graduanda na área além de estar atuando como profissional da saúde.
*Este texto é fruto da total contribuição de Lidiane Machado, formada em serviço social e pós-graduanda na área além de estar atuando como profissional da saúde.
É uma satisfação imensa e muito gratificante, poder contribuir através do acesso a informação sobre o nosso sistema de saúde para a população, tendo como veiculo de informação seu blog, parabéns Paulinho Neco pelo trabalho maravilhoso que esta fazendo, um abraço e obrigada pelo carinho.
ResponderExcluirEu que agradeço. Espero em breve poder entrevistá-la. Abraço!
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