segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Transportes Públicos e Coletivos: Um grito por adjetivos...


Costumamos ao assistir filmes observar as pessoas utilizando transportes públicos de qualidade, sem lotação. Para uns povos, sinônimo de costume, algo corriqueiro e para outros parece uma utopia pelo simples fato de há décadas clamar por algo parecido e nada. Mas, isto é possível.
Aeroportos, ônibus, metrôs, BRT's (Bus Rapid Transit, ou Transporte de Ônibus Rápido que são corredores de ônibus exclusivos para uma rápida locomoção), VLT's (Veículos Leves sobre Trilhos ou LRV sigla para Light Rail Vehicle que está entre o metrô e o ônibus convencional) são as alternativas palpáveis e mais utilizadas. Os transportes estão sendo projetados cada vez mais para a busca do equilíbrio entre mobilidade, conforto e preservação ambiental com preocupação principalmente na emissão dos gases como o CO2 como o BRT e o VLT. A questão é que eles funcionam mais em outros países do que no nosso. Por quê?
Os motivos são: falta de investimento adequado a realidade local, pontual (a escolha acertada) e falta de planejamento. Além disso, há a vontade política atrelada a burocracia onde as esferas governamentais ainda não alcançaram a harmonia numa ação conjunta de trabalho explicado pelas rixas partidárias. Quando um investimento e obra são feitas, há ainda o problema no controle dos gastos e fiscalização da obra. Vivemos num mar de problemas que parece não ter fim. Mas, superando isso (vai demorar...) ficaria mais fácil porém, uma coisa deve ser pensada. Quem é o cliente destes serviços? Pra quem é o transporte público?
Transporte público, pra quem? Pra mim, pra você e pra todos. Deveria ser, mas não é. Quando nasceu a ideia de um transporte publico e coletivo esta, veio com os seguintes objetivos: desafogar o trânsito e logo desobstruindo as vias de uma cidade e diminuição do número de veículos individuais (carro, moto...). Essa ideia é muito boa, só que num país como o Brasil, o ideal de sucesso que se vende é aquele que uma pessoa deve ter um carro ou moto e logo, não se privilegia o transporte público.
Os ônibus, metrôs, trens sempre estão lotados. Claro que o problema com aviões está na infraestrutura - saguões, áreas de embarque e outros - , no atraso e cancelamento dos vôos.Não houve planejamento para atender a demanda. A falta de investimento por parte das empresas que gerenciam os serviços como também do gestor público é uma lástima. Não há a mínima preocupação com as pessoas...
Vocês sabiam que em outros países, as pessoas se orgulham até em utilizar transportes públicos? No Brasil não é assim. Pior é quando brasileiros que viajam para o exterior pousam de heróis com toda pompa quando utilizam transportes coletivos. Quem nunca ouviu falar dos ônibus de dois andares da Inglaterra? Que pompa!
Bem, existem razões para o sentimento de aversão do brasileiro em não utilizar ou utilizar por necessidade os transportes públicos. Primeiro: O PREÇO. No início desta coluna, relatei o preço de 2,94 que querem os empresários do setor em Feira de Santana. Hoje, a metrópole baiana pratica R$ 2,35. Quem mora em Feira de Santana acha justos os valores?
Segundo: O ESTADO DOS TRANSPORTES. Pane mecânica e elétrica, cadeiras quebradas, assoalho rompido que até dá pra ver a rua por onde o ônibus, elevador quebrado...
Terceiro: A ESPERA. Em média, uma pessoa espera de 20 a 40 minutos (olha que estou sendo maleável) num ponto de ônibus em Feira de Santana. Ruas quase que intransitáveis, ônibus que quebram, ineficiência no rodízio de horários e ainda a “boa vontade” do motorista que arrasta (isso mesmo!) o ônibus sem o menor pudor.
Quarto: SUPERLOTAÇÃO. Isso acontece com ônibus, metrô, trens... É difícil entrar. A consequência é que aumenta o tempo do percurso e cada vez menos pessoas utilizam o serviço.
Quinto: A QUANTIDADE. Quando se tem poucas opções, claro que fica difícil chegar no tempo estimado ao lugar que queremos. Quando se tem pouco, as superlotações são notórias. Quando se tem pouco...
Não é que todos os serviços são ruins (os aeroportos brasileiros até pouco tempo eram elogiados mas, com a ascensão da classe C brasileira no uso deste serviço, emerge a necessidade de mais e mais investimentos) mas, sempre são falhos em alguma coisa. Na maioria dos municípios se opta pelas Mercedes (calma não existe primeira classe, são os velhos e nem tão bons ônibus) e alguns deles precisam pensar em outras opções já que alguns tem demandas maiores. O VLT ou BRT podem ajudar.

Mas, vamos as questões finais: É pecado querer ter lucro e um melhor serviço? Não. As empresas estão coerentes com a pedida por conta de aumentar seu capital e nada natural num sistema de economia de mercado (capitalismo). Só que elas atendem a quem? Principalmente àqueles que trabalham para ganhar o pão e tem em preços praticados pelos transportes cada vez menos a oportunidade de ter acesso a educação, saúde, cultura... O poder público é o mediador deste conflito de interesses. Ele é que deve garantir educação, saúde, cultura... Os três devem chegar a um acordo. Como? Muito difícil responder? Não. Basta os empresários atenderem melhor os seus clientes com qualidade, respeito com prática de preço justo afinal, são eles que utilizam seus serviços e assim, haverá atração de mais pessoas e estas terão orgulho de utilizar os transportes públicos e coletivos. Ao poder público cabe a garantia de direitos e a dissociação dos interesses comuns aos empresários e a proposição e pratica de estratégias que agradam a todos. As pessoas que utilizam cabem a constante cobrança, se for o caso o boicote e ao mesmo tempo o dialogo e a busca por melhoria pra todos. Muita coisa não? Sim. Mais as ações as transformarão de quantidade para qualidade!

Adaptado do texto que se encontra no link abaixo:
http://vozdefeira.com.br/noticia/9354-Transporte_P%C3%BAblico:_Para_quem?_.html.

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