O
Brasil não é o país da Educação. O Brasil é o país da educação. Parece a mesma
coisa não é? Mais a frente te digo o porquê.
A
Educação Brasileira é regida pela Lei de Diretrizes e Base (LDB), lei 9394/96.
É ela que dita os rumos educacionais do país. Ela regulamenta a educação técnica,
particular e pública. Temos também o Plano Nacional de Educação (PNE), O Fundo
Nacional da Educação Básica (FUNDEB) como outras leis mais importantes. Todas
as leis são boas. No entanto, o que mais precisamos é ação.
De
que ação estou falando? Pontuemos:
a)
Respeito ao ser humano em suas individualidades e seus aspectos culturais e
locacionais;
b) Respeito e merecimento pela ação do
professor;
c)
Reformulação do sistema educacional de
ensino e
d)
Maior responsabilidade e participação das esferas de governo principalmente da
prefeitura já que é no município que rebate todas as decisões e ações. O local
é SEMPRE MAIS importante que o global, nacional ou regional mais TODOS se
interrelacionam.
Respeitar
o ser humano é entender que ele enquanto humano tem necessidades maiores do que
está preso a um lugar ouvindo assuntos onde muitos não influenciarão de fato a
sua vida e da forma mais improdutiva possível. O ensino seriado (dividido em
1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º ANOS do Ensino fundamental e 1º, 2º, 3º ANOS
do Ensino Médio) já é por demais obsoleto. O ensino seriado não é atrativo
pois, estudo várias coisas de forma partida e cada disciplina em seus horários
– entra também, a carga horária em série – onde o aluno tem que “mudar a chave”
a cada aula que passa pois, as disciplinas e os professores são diferentes. Pensar
como pensou alguns professores e educadores assim como, Anísio Teixeira com sua
Escola Parque e a Educação Integral e Paulo Freire com sua Pedagogia Crítica e
seus Ciclos de Cultura. Aliás não só pensar, deve ser praticado este tipo de
ensino no Brasil. Eles pensaram de algum modo nos valores das pessoas, em seus
locais e nos seus aspectos culturais. De fato, O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
DEVE SER REFORMULADO. Mais, precisamos de uma REVOLUÇÃO.
Um
aluno não deve ser apenas estatística. Uma vez, o MEC aplicou a alunos do TOPA
questionários que não condiziam a realidade deles. Me diga, você costuma usar
como exemplos coisas de sua terra, de sua região, do seu cotidiano e dos alunos
em vez de usar algo que está distante de você e mais ainda, deles? Foi isso que
aconteceu: foi usada como exemplo pêssego em vez de umbu, macaxeira. O
professor e mais ainda, o educador deve estar atento a isso. Ah meus caros, se
fosse só isso...
Não
vou falar de temas que já se tornaram clichês na luta dos professores. O
professor não é respeitado em suas individualidades e ferido de morte no que
tange a sua autonomia. Não estou falando de entregar planos de aula e outros
que são como relatórios de atividades; como “bater o ponto” no seu local de
trabalho. Elaborar uma prova na escola pública é tão ridículo que pasmem: não
se deve gastar mais que uma folha (frente e verso) e a prova TEM – e quando
falo tem é no sentido de ser obrigado a fazer – que ser de questões objetiva,
isto é, de marcar uma alternativa correta ou incorreta. É professor, agradeça
ao Portal Voz de Feira: saberão que sua luta não é só por salários...
E
os governos? De certo, você dirá: tudo ladrão, não investem em nada e etc. e
tal. Pois, isso é um discurso da moda e vazio por que, investimento há. O que
não há é investimento pontualizado e alocado (colocado) onde deve ser alocado.
O nome disso é falta de planejamento ou planejamento errado. O problema é de
GESTÃO. É só isso? Não e não. A corrupção entra nesta conta. Os desvios de
verba para enriquecimento ilícito. E as rivalidades partidárias? Impedem na
medida em que a liberação do recurso é travada quando o prefeito é de partido
diferente do estado e da federação ou o prefeito segura a verba para travar as
ações de estado e da federação. Isso reflete em tudo, no nosso local.
Lembra
quando disse que o Brasil não é o país da Educação e o Brasil é o país da
educação e questionei sobre ser a mesma coisa. De fato, são. A primeira é a
educação com “E” maiúsculo, a educação em sua amplitude, crítica, debatedora,
instigadora, amável e interessante. A segunda é a do “e” minúsculo: a
desinteressante, a que massacra o professor e o enrijece e obriga-o a ter uma
pedagogia tecnicista, ultrapassada, reprodutora de nada e estimuladora de
ninguém, a odiosa, a malvada, a vilã. Temos quefazer uma REVOLUÇÃO. Estamos
produzindo analfabetos funcionais e técnicos. Quem deve revolucionar? A
responsabilidade é dos governos mas, NÓS temos a obrigação. Quem deve liderar
esta revolução? Que tal acadêmicos – estudantes conhecedores da real situação,
universitários, licenciados ou bacharéis de todas as profissões, professores e
educadores - que se empanturram de conhecimento e não colocam em prática? O
poder é de vocês. Enquanto isso aguardem que desta coluna, virão mais
poderes...
* Texto publicado no www.vozdefeira.com.br, na Coluna LINHAS GERAIS com o nome de A Educação no Brasil: Para público, um contraponto particular.
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