O Plano Real completou neste ano em julho 20 anos de existência. Este plano foi muito importante para o Brasil e sem ele não teríamos as condições de desenvolvimento que temos hoje. No entanto, vale (des) construir o que foi o plano pois, ele é sempre colocado como bandeira de pessoas e que foi a melhor coisa que aconteceu para o Brasil. Será? Vamos ver?
O Plano Real é advindo de um conjunto de medidas econômicas num momento em que o Brasil vivia mais um período nefasto de sua história: a inflação que chegou a absurdos 900% em um ano. A partir de fevereiro de 1994 iniciaram as reformas. Primeiro o que se pensou e fez foi a implantação da URV (Unidade Real de Valor) que tinha uma política de congelar alguns preços altos de produtos face a outros que não tinham uma alta tão grande. Não deu certo pois, aqueles empreendedores que trabalhavam com produtos em que os preços eram congelados, começaram a se sentir prejudicados e aumentavam seus preços a contragosto do governo federal.
Pensou- se então em mudar a moeda de Cruzado apar o Real (que é a moeda oficial até hoje). As coisas deram certo e em 1º de julho de 1994, a nova moeda com o plano foram lançados. Vale dizer que neste período vivíamos o governo do presidente Itamar Franco que era vice do ex presidente Fernando Collor que sofrera um impeachement, fato inédito na política brasileira. O governo Itamar Franco tinha no período que foram implementas as reformas iniciais (a URV) como Ministro da Fazenda o ex presidente Fernando Henrique Cardoso que se licenciara em Março daquele ano para concorrer a presidência da República. Era ano de eleição.
Com o licenciamento do então Ministro Fernando Henrique Cardoso, assumiu a pasta Rubens Ricupero mas, este acabou saindo e assumiu no seu lugar Ciro Gomes. Foi com Ciro Gomes no Ministério da Fazenda que se lançou o Plano Real.
Com o Plano Real lançado, o preço dos alimentos caiu drasticamente e um exemplo é o preço do frango que chegou a incríveis 1 real. A inflação caiu também a menos que 7% e o Plano foi taxado de salvador do Brasil. É bem verdade que com este Plano, o Brasil alcançou taxas de inflação mais baixas da história só que o plano gerou efeitos colaterais que culminaram em duras consequências.
O Brasil com o Plano Real aumentou sua carga tributária de forma assustadora, ou seja, pagamos impostos altíssimos. Com ele também, a indústria sofreu com a entrada de produtos importados. Mais ainda, nossa divida publica interna (dívida contraída pelos estados através de empréstimos a bancos e ao próprio governo sendo que o Brasil tinha uma divida externa muito grande e neste período teve que seguir a cartilha econômica do FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou demais. Os juros básicos da economia (conhecidos como taxa SELIC) aumentou e chegou a um patamar de 45% ao ano. Com isso, o crédito era limitadíssimo e o empreendedorismo pouco incentivado. Era difícil comprar como hoje: se antes precisávamos de avalista (pessoa que se responsabilizava por uma compra que efetuávamos), hoje compramos somente utilizando CPF e comprovante de residência. Com o Plano Real, o desemprego chegava a níveis catastróficos, pouco se tinha concurso público e o caso mais emblemático foi a imensa fila formada por 15 mil pessoas no Rio de Janeiro para emprego de gari (profissional que trabalha com coleta de lixo). Este também foi o Plano Real.
O que podemos concluir? De fato, o Plano Real naquele instante foi importantíssimo pois, conteve a inflação por muitos anos, deixando como herança a cultura antiinflacionária para a população brasileira, só que vale dizer que no último ano de governo Fernando Henrique Cardoso em 2002, chegou ao patamar de 12,53% com aumento do dólar para 4 reais. Isto encareceu os alimentos, preço sentido no bolso dos brasileiros. Naquele instante (período eleitoral) a preocupação era acertar doa em quem doesse e o sucesso do Plano contribuiu e muito para a eleição de Fernando Henrique Cardoso que concorrera com o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Com o plano, não tínhamos condições de desenvolvimento (pouco ainda mas, teve) como ao que temos hoje. O Plano Real foi e continua sendo importante sim mas, que trouxe consequências demasiadamente nocivas ao Brasil, a isso trouxe com toda certeza...
Acesse os links: http://www1.an.com.br/2003/jan/11/0eco.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Real
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Real
http://www.cartacapital.com.br/economia/20-anos-depois-quem-sao-os-donos-do-plano-real-407.html
http://meublogdepolitica.com/2014/05/15/heranca-maldita-o-desemprego-do-brasil-de-fhc/
Ótimo texto meu brother. Não acho que o "Plano Real" tenha sido uma falácia, acho que ele foi um remédio que atacou a parte mais grave que era a inflação (se não o Brasil quebrava), mas como efeito colateral afetou outros órgãos (Dividas externas, desemprego, educação sem qualidade, etc.), porém, como o governo do PSDB é incompetente e só governa com interesse para os ricos, não soube ministrar outros tratamentos para curar os efeitos colaterais.
ResponderExcluirObrigado meu nobre colega Flaviano dos Santos. Nosso papel é disseminar a verdade com reflexão critica nunca aceitando o que nos é posto e neste quesito cometi um grave erro em relação ao Plano Real pois, sempre o via como o Salvador da Pátria e não o foi. Isso me assusta ainda mas, tenho que admitir e este é meu principal argumento pra explicar este termo que usei com você (falácia) em nossa conversa via rede social. Falácia também pois, apesar de cumprir inicialmente muito bem o seu papel - conteve a inflação - depois de 6 meses com a vitória do então candidato Fernando Henrique Cardoso, imediatamente após sua posse os juros básicos prometido por ele em campanha que não ia subir, foi aumentado. Com os juros básicos em maior valor, os créditos se limitem causando um entrave na compra de bens e serviços de uma pessoa e uma empresa. Isso gerou desemprego pois, além disso este plano incentivara a importação de produtos quebrando assim nossas industrias. Ademais, tivemos como frisaste bem, o aumento da divida pública que antes era 38% no início da era FHC e com seu término em 2002, ficou no patamar de 60% do PIB brasileiro. Mais ainda, este período foi o mais negro pois, a carga tributária teve aumento acentuado e com isto se agravou a disparidade entre ricos e pobres, ou seja, a chamada desigualdade social. Não podemos negar que o plano é importante mas, como frisei no texto, trouxera consequências pra lá de negativas e estas se constituíram na prática em acentuação do Brasil como país cada vez mais periférico (subdesenvolvido) ante as economias desenvolvidas do mundo e logo, a quebra deste nosso país.
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