segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mídia no Brasil: Construções em contradições

Falar de mídia é antes, falar de comunicação. Comunicar é usar das diferentes formas (gestuais, sinais, fala, visuais, corporais e outros) para se reportar a alguém. Mídia é o conjunto dos meios de comunicação que usamos: internet, jornal, revista, CD, TV, rádio e outros. Atingem as massas e podem ser congruentes na medida em que, uma emissora de TV, por exemplo possui também um portal na internet para divulgar suas informações. Posto assim, em se tratando do Brasil no decorrer dos anos ela foi se fortalecendo. Se nos anos do Império até a República, os folhetins e jornais da época eram os mais usados, atualmente todas as mídias são usadas.
Pensando bem e se pararmos pra pensar na história das mídias no Brasil, elas se consolidaram impondo a exclusão e a contradição. Engraçado que se fomos olhar o tempo em que este país se chamou Brasil, parece que vamos sempre falar disto em todos os temas que abordarmos em nossas discussões sobre os rumos desta nação que tanto amamos.
As mídias no Brasil tem dono. Ainda bem que não é só um, mas são poucos. Deveriam ser TODOS, como reza a cartilha da Constituição de 1988 (artigo 5°, inciso IX) mesmo assim, APENAS 11 famílias comandam a mídia no Brasil possuindo conhecidos portais na internet, revistas e rádios. Vale dizer também que existem deputados e senadores “sócios” (já que a Constituição não permite que nenhum político seja dono de nenhuma mídia mesmo assim não proíbe sociedade) de afiliadas de emissoras de TV e de rádios chamadas de comerciais e as já tão faladas rádios comunitárias. Vocês podem estar pensando, o que isso significa?
Significa que a construção da mídia no Brasil foi e é pautada na contradição. Perceba que existe pouco controle do Estado na mídia, a concessão pública é pautada no pilar do clientelismo e do uso da máquina administrativa (o poder de concessão é do Congresso Nacional e do Ministério das Comunicações) e, por conseguinte exclui o restante da população - que é a maioria esmagadoramente absurda – de pleitear em pé de igualdade a concessão de uma mídia. A rádio comunitária que foi fruto de luta viria a ser esta alternativa de igualdade, no entanto os processos demoram de receber a outorga por falta de interesse já que é sabido o alcance que uma rádio tem para insuflar um povo.
Temos pouquíssimas emissoras de TV’s públicas abertas sendo que nenhuma cobre a copa do mundo sediada no Brasil.

Para mim, esta questão deve ser levantada. Ampliar o número de mídias outorgadas ao povo ou rechaçar com força a grande mídia? Os dois. Veja bem, não passa nem de longe uma ideia de censura, porém a grande mídia tem levantado sua voz, é inclusive, concordante com os ideais de determinada classe econômica tendo assumido postura inclusive partidária. Sua intenção é cooptar as mentes populares. Seu papel não seria justamente informar com imparcialidade sendo neutra? Cabe a nós refletirmos sobre isso. Cabe a nós principalmente, levantar a voz!

*Texto extraído do www.vozdefeira.com.br Coluna Linahs Gerais

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